Celcita reclama falta de recursos, mas fica na secretaria de Assistência
Sem fazer licitação, Lutero Ponce manobrou para beneficiar empresas fantasmasNa condição de presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, no período de 2007 a 2008, o vereador Lutero Ponce (PMDB), no que seria uma flagrante fraude nas contas públicas, não se limitou aos gastos como inutilidades (aquisições de produtos que não fazem parte do objeto do Legislativo), nem à “maquiagem” de despesas (valores muito próximos do limite, de R$ 8 mil) para evitar a abertura de licitação. O parlamentar foi muito além, atropelando a legislação específica e, certamente, acreditando na possibilidade de sair impune da empreitada. Quando nada, mirou-se no (mau) exemplo da antecessora, a hoje deputada estadual Chica Nunes (PSDB) - que, bem a propósito, quando vereadora, foi presidente da Câmara (2005-2006) e, até hoje, responde a um processo por suposto desvio de R$ 6 milhões dos cofres do Legislativo cuiabano. Em tempo: na época, o vereador Lutero Ponce era primeiro-secretário da Mesa Diretoria e atuava como ordenador de despesas.Em dezembro de 2008, ao analisarem o balancete de 2007 da gestão de Lutero, os técnicos do Tribunal de Contas do Estado constataram, entre tantas irregularidades “graves” e “gravíssimas”, o fracionamento de despesas com o dinheiro do contribuinte, com o objetivo de burlar a lei e fugir do necessário processo licitatório.Sob Lutero, a Câmara realizou diversas despesas, sem licitação, com o mesmo objeto e, que somadas, ultrapassaram o limite que exige licitação pública. E, mais grave ainda, visando beneficiar empresas que o próprio Tribunal de Contas constatou que simplesmente não existem. Em reportagem exclusiva, por sinal, MidiaNews confirmou que as manobras do vereador do PMDB, de fato, beneficiaram empresas fantasmas.O fracionamento de despesas, de acordo com o TCE, é uma medida fora da lei. Esse detalhe levou o relator das contas de Lutero Ponce, conselheiro Walter Albano, a recomendar a reprovação das despesas, durante sessão realizada em 16 de dezembro. Mas, influenciados pela defesa intransigente, apaixonada e emotiva que o conselheiro Humberto Bosaipo (DEM) fez do vereador, os demais integrantes do Plenário assinaram embaixo das falcatruas, numa cristalina conivência com a improbidade administrativa.
A bancada de vereadores do PP está “rifada” da base de apoio do prefeito Wilson Santos (PSDB). Pelo menos isso que o próprio tucano deixou bem claro, nesta sexta-feira, em entrevista ao MidiaNews.Depois de reconhecer que cometeu um erro ao tentar desmembrar secretarias e criar mais cinco cargos de primeiro escalão para acomodar velhos e novos aliados políticos, o prefeito recuou e endureceu o jogo. E hoje disse com todas as letras que não vai mais trabalhar para ter o partido do presidente do Legislativo, Deucimar Silva, em sua base de sustentação.“O PP nunca foi nosso aliado. No primeiro turno da eleição do ano passado, apoiou o candidato Walter Rabelo (PP) e, no segundo turno, uniu-se a Mauro Mendes (PR). Então, não temos obrigação nenhuma com o partido. Não digo que vou fechar as portas do diálogo porque política se faz é com conversa, mas não há cargo disponível no primeiro escalão para mais ninguém”, disse.Os três vereadores pepistas, Deucimar Silva, Leve Levi e Everton Pop, vinham trabalhando no sentido de acomodar o suplente Marcus Fabrício na Secretaria de Habitação e pleiteavam ocupar também a Secretaria de Regularização Fundiária, que seria criada com o desmembramento da Habitação. Mas, com o recuo do prefeito, o partido, se quiser, poderá ocupar cargos de segundo e terceiro escalão, o que não lhe é conveniente.Se a bancada progressista seguir a orientação da maior liderança do partido, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva, não terá nenhum cargo no Governo Municipal e, com isso, vai ter mais liberdade para votar as matérias de interesse da sociedade.“Sou contra o partido ocupar cargos. Acho que a bancada tem que ficar livre para apoiar realmente os projetos que são importantes para Cuiabá e para fiscalizar as ações do prefeito e endurecer o jogo quanto aqueles projetos que interesse apenas ao Executivo”, disse Riva, há menos de uma semana.PTRB de Ralf LeiteA situação também não está boa para o PRTB, que teria uma secretaria, com a nomeação do coronel Edson Leite, pai do vereador Ralf Leite, que se envolveu no escândalo sexual com um travesti de 17 anos e acabou preso pela Polícia Militar, em que pese o vereador Professor Néviton já ter manifestado apoio incondicional ao prefeito. 




