Dengue mata 8° e casos graves dobram
Garoto do Campo Velho morreu no pronto-socorro, o 2° óbito em menos de 24h; em apenas duas semanas, registros saltaram de 129 para 256 em MT
Mais uma pessoa morreu vítima da dengue em Mato Grosso, a oitava no Estado. Em menos de 24 horas, foram dois óbitos, o que confirma uma verdadeira epidemia de casos graves da doença. Ao todo, já são 256 casos das formas graves da doença confirmados, o que significa que o número de novas confirmações dobrou em apenas duas semanas. Diante do quadro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) admite a possibilidade da reintrodução do sorotipo 2 na região, considerado o mais agressivo. Do total de mortes, quatro ocorreram na Capital. Uma delas aconteceu na última sexta-feira e trata-se de um adolescente de 16 anos, morador do bairro Campo Velho. Portador de deficiência, o garoto deu entrada no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) com pneumonia. Porém, exames laboratoriais confirmaram que o adolescente também estava com dengue. “Foi um caso de dengue com complicação”, informa o diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Wagner Simplício. O nome do rapaz não foi divulgado pela SMS. No mesmo dia, Ana Laura Frederico de Almeida, de 7 anos, faleceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Maternidade Femina, com suspeita de dengue hemorrágica. A criança morava no bairro Verdão. Em Mato Grosso, os demais óbitos em função da dengue ocorreram nos municípios de Nova Nazaré (1), Rosário Oeste (2) e Tangará da Serra (1). O número de mortes cresce em paralelo ao de novos casos graves confirmados. Há duas semanas, boletim semanal divulgado pela SES apontava para 139 casos em todo o Estado, conjunto que saltou para 229 registros na semana passada e agora chega a espantosos 256 casos. Considerando a mais recente ‘parcial’ da dengue, são 90 enfermos em Cuiabá e 88 em Várzea Grande. De acordo com a médica da Vigilância Epidemiológica, Silbene Lotufo Müller, a explicação para o aumento dos casos graves ainda depende do resultado de exames de isolamento do vírus para determinação do arbovírus responsável pelas infecções. Porém, a ocorrência das formas graves, como a dengue hemorrágica, depende da maior virulência de determinadas cepas do vírus. “O sorotipo 2 é mais agressivo e tem mais capacidade de causar os casos graves”, explica. Os testes devem ficar prontos nos próximos dias. A doença é causada por quatro sorotipos (DEN-1, 2, 3 e 4). No país, há confirmação da circulação apenas dos três primeiros. Outro fato importante é que na Capital, por exemplo, 27% dos casos graves acometeram crianças menores de 10 anos. A explicação estaria no fato de que com a circulação mais uma vez do sorotipo 2, as crianças estariam mais expostas ao tipo de cepa mais virulento. Diante da situação, um dos alertas é quanto ao diagnóstico precoce da doença. “É preciso que os médicos sejam mais receptivos, estejam atentos quanto aos sintomas e tratem a doença adequadamente para evitar os óbitos”, frisa Silbene Muller.
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