terça-feira, 24 de março de 2009

Concretizando a postura por ações transversais,

Estado anuncia novos rumos para o

combate ao crime e à evasão

Ferro velho, autopeças e loja de veículos pesados de Cuiabá, Várzea Grande e das cidades-pólo estão na mira do governo de Mato Grosso. A afirmação é do titular da Secretaria de Fazenda (Sefaz), Eder Moraes, que anunciou para breve uma devassa nesses segmentos econômicos, para estancar a evasão fiscal e desmontar de vez o esquema de receptação de peças de veículos roubados e furtados. Eder Moraes fez essa revelação durante entrevista concedida ontem, juntamente com o secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, para apresentar o balanço da Operação Xeque-Mate, realizada na primeira quinzena deste mês, em Cuiabá e Várzea Grande, para combater o mercado clandestino de peças oriundas de veículos roubados e furtados. O Diário divulgou esse balanço na quarta-feira (18) deste mês. O combate a esses segmentos será uma ação transversal do governo, numa operação de fiscalização e investigação policial, como desdobramento da Operação Xeque-Mate, porém com mais intensidade, para ampliar seu raio de abrangência. “O que vimos – disse Eder Moraes – (na Operação Xeque-Mate) era a comercialização sem parâmetro fiscal, numa clara evidência de mercado negro e de caixa 2”. O secretário de Fazenda falou que a Operação Xeque-Mate bota fim a uma sonegação milionária, mas não revelou números, argumentando que equipes de auditores e fiscais ainda estão contabilizando o ‘rombo’ causado pelo comércio de peças novas e usadas de origem duvidosa, que até então era feito sem nenhum tipo de arrocho. Curado destacou que por trás das fachadas de algumas empresas se escondem alguns tipos de crime, inclusive o tráfico de drogas. Observou que a ação transversal prevista para Cuiabá e interior poderá se estender a outros segmentos econômicos. O secretário revelou que esse assunto é prioritário e que no próximo dia 30 se reunirá com todos os delegados regionais e comandantes da Polícia Militar para traçar seu planejamento estratégico. A ação transversal anunciada levou Curado a inspecionar todos os destacamentos do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), para fechar ao cerco ao crime organizado que usa empresas para receptação e lavagem de dinheiro. “Quando apertado o crime migra”, fundamentou sua inspeção. Ou seja, na medida em que o governo minar a receptação e venda de peças ilegais em Cuiabá e nas cidades-pólo, as quadrilhas que atuam nessa área procurarão novos mercados para desova de seus produtos, e a Bolívia certamente será destino certo, para o escambo de motos e carros por cocaína. FERRO VELHO - Um dos gargalos da sonegação fiscal é o ramo de ferro velho. Além da ação transversal prevista para fiscalizar esse segmento, nova legislação está no prelo para apertar o torniquete contra o comércio de peças canibalizadas de veículos furtados e roubados. Eder Moraes explicou que a assessoria jurídica da Sefaz analisa as legislações de Goiás e do Rio Grande do Sul sobre a questão, para adaptá-las à realidade mato-grossense. “Não vamos deixar nenhuma brecha para o binômio receptação-sonegação”, resumiu.

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