segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Wilson Santos é o vilão. Associações de Moradores vão à Justiça contra reajuste na tarifa de água. Promotor Alexandre Guedes acionado para, mais uma vez, defender o povo
O presidente da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb), Édio Martins, anunciou que a entidade irá ingressar, na terça-feira, com mandado de segurança contra o aumento na tarifa de água tratada em Cuiabá. A decisão foi tomada ontem após os representantes da entidade esperar, por mais de duas horas, ser recebido em audiência pela presidente da Sanecap, Eliane Rondon.
"O prefeito Wilson Santos me ligou e pediu que falasse com a doutora Eliane, que ela iria dar as explicações sobre o aumento", informou, lamentando que, após mais de duas horas de "chá de cadeira", "ficamos sem as justificativas para esse aumento". Édio Martins revelou que já agendou uma audiência com o promotor da Defesa do Consumidor, Alexandre Guedes, para a próxima terça-feira, às 16 horas.
Ele disse que, após um estudo profundo, a Ucamb constatou que houve, na verdade, um aumento de 43% na taxa básica e não de "apenas" 20% com o foi anunciado. "Foi um abuso cometido pelo prefeito Wilson Santos contra os consumidores, penalizando, principalmente, as famílias de baixa renda", criticou, observando que, durante a campanha eleitoral de 2008, o chefe do executivo, que buscava a reeleição, propagou que a Sanecap estava equilibrada e que, inclusive, dava lucro.
"Ora, se dava lucro, não havia necessidade técnica para que o reajuste fosse efetuado, a não ser que o prefeito faltou com a verdade em sua campanha à reeleição", analisou. Segundo ele, o reajuste é inadmissível e vai prejudicar, principalmente, a classe trabalhadora. "O reajuste do salário mínimo é bem menor e, repito, nada justifica um aumento no percentual de 43%", ponderou. Ou seja: a receita da empresa vai aumentar no mesmo percentual.
Para Édio Martins, a tentativa da Sanecap de mascarar o reajuste com o discurso de que irá manter a tarifa social não passa de "maquiagem política".
Ele observa que as exigências para se ter acesso ao beneficio da tarifa social são tamanhas que, na prática, se torna um mecanismo inibidor para que a pobreza não seja, realmente, beneficiada.

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